27 de setembro de 2019

Os campeonatos de xadrez no colégio Dores nos anos 70 - Contribuição de Pedro Buzin

            Lá pelo início dos anos 70 a guerra fria entre URSS e os EUA ainda estava a todo vapor, cada qual alfinetando o outro para provar que seu sistema de governo era melhor. Na época os Russos notabilizavam-se por ter os melhores jogadores de xadrez do mundo e detinham um certo monopólio nos campeonatos mundiais deste jogo, que na ocasião eram disputas amplamente divulgadas. Este jogo era praticado naquele país em todas as escolas, daí para surgirem talentos não era difícil.
            Na ocasião surgiu um jogador estadunidense chamado Bobby Fischer, o qual demonstrara talento no jogo desde a adolescência. Com uma carreira em ascensão, venceu o jogador Russo Boris Spassky na decisão do campeonato mundial de 1972, fato que teve ampla repercussão na mídia da época, pois representava uma queda de braço ideológica entre as duas grandes potencias mundiais. Na ocasião teve aqui no estado o torneio do governador Euclides Triches, do qual eu participei junto com o Francisco Osório de Carvalho Ramos, outro aluno do colégio.
            No Brasil dos anos 70, entre outros, notabilizava-se o jogador de xadrez Henrique Costa Mecking, o Mequinho, natural de Santa Cruz do Sul, aqui do RS, que foi considerado o melhor jogador da modalidade em todos os tempos. Com todo este clima e divulgação da mídia, é natural que houvesse o interesse sobre o assunto no colégio e surgissem vários praticantes.
           Assim, naqueles anos iniciais dos anos 70 teve campeonatos de xadrez no colégio, promovidos pela AED (Associação Estudantil Dorense). Participei dos campeonatos dos anos de 1973 e 1974, tendo vencido o de 1973. Depois me afastei da prática do xadrez em virtude das preocupações com o vestibular (naquela época não era fácil entrar para uma boa universidade...).
          Da época guardo como recordação uma pequena medalha e um livro de “partidas selecionadas de Bóris Spassky”, que me foi dado de lembrança pelo Francisco Osório, quando mudou-se para Brasília e fez com o tempo carreira no serviço público.
          Assim, a divulgação e interesse nos jogos de tabuleiro como damas ou xadrez teve seu auge nos anos 70. Nas décadas seguintes este interesse foi-se reduzindo. Esta situação foi motivada principalmente pelo surgimento e evolução dos jogos eletrônicos e pelas seguidas derrotas de jogadores humanos pelo computador.

         Um abraço aos Dorenses!!
         Pedro Busin

20 de agosto de 2019

Pedro Buzin e as Feiras de Ciências da década de 70

Sou o Pedro Buzin e já faz um tempo que acompanho as postagens do blog “Dores Anos 70”. Estudei na escola de 1965 a 1974 e tive como professores várias figuras lendárias, como o Emilião, o Fontoura, o Zely, o Lessa e muitos colegas que aqui já foram lembrados (Candal, Ripoll, Bertoncello, Bandeira...). Nesta postagem vou aproveitar para contar um pouco das históricas “feiras de ciências”, eventos que tiveram sua época nos anos setenta, no colégio Dores.
                       Lembrei deste assunto porque neste ano de 2019 se comemorou 50 anos do pouso da Apolo 11 na Lua. Isto parecia algo fantástico na ocasião. Este acontecimento junto com toda a propaganda do programa espacial da NASA mais filmes de ficção científica da época, como “2001 Uma Odisséia no Espaço” e séries televisivas  como “Thunderbirds” e “Perdidos no Espaço” mexiam com o imaginário da gurizada e criavam um clima futurístico. Também contribuiu para o momento, a propaganda institucional do governo (o Brasil é o país do futuro!) e o desenvolvimento da indústria no RS, sendo um dos marcos a inauguração da Borregaard, em l972, que se transformou num dos marcos da proteção ambiental. (vamos falar disto mais adiante, aguarde...)
                       Bem, a primeira Feira de Ciência de peso aconteceu em 1974. Na ocasião eu cursava o 1° ano do segundo grau e quem dava a disciplina de química era o prof. Fontoura, e no laboratório o prof. Stefani (falecido em janeiro deste ano). O Fontoura tinha um estilo próprio de dar aula, que posteriormente levou para o curso pré-vestibular que fundou, o Unificado (se pode ainda ver no you tube as “demonstrações” que ele fazia...). Na ocasião, incentivou os alunos a apresentarem “trabalhos” envolvendo a química.
                        Como eu conhecia bem a matéria, por causa das minhas experiências, o Nelson Siqueira (Tio Funério – foi o Rogério Pinheiro que “tascou” este apelido nele...) que estava precisando de nota em química e veio falar comigo. Daí surgiu a idéia de um trabalho sobre “mísseis e foguetes”, já que eu conhecia e pesquisava o assunto. Era um pouco ousado, para dizer o mínimo, mas de acordo com a temática espacial da época, daí fomos em frente....
                       No trabalho, onde esperavam só maquetes, apresentamos exemplos e amostras de combustíveis, diagramas de motores, etc (o prof. Fontoura ficou curioso em saber como obtemos certas “substâncias”...). Mas o ponto alto eram modelos simplificados funcionais do motor-foguete tipo “estato-jato” que originalmente funcionava no avião de testes X-15 (tem um vídeo no YouTube para vocês terem uma idéia) e do motor tipo “pulso jato”, que equipava a lendária bomba voadora alemã da segunda guerra, a V-1 (também tem no YouTube). Estes motores experimentais que construímos eram acionados à gás de cozinha e o suprimento de ar era proveniente de um secador de cabelos potente, convenientemente “emprestado” de uma mãe paciente.... Os modelos dos motores foram confeccionados com ajuda de um pai de um amigo que tinha uma boa oficina e ajudou com algumas soldas e alguns pedaços de canos e nos diagramas que fiz, baseados em livros (naquele tempo não tinha Google, tinha é que “ralar” na biblioteca...). O resto a gente montou com ferramentas emprestadas da oficina. Os motores eram simples, mas incrivelmente davam uma idéia de como funcionavam (fazíamos “demonstrações” periódicas para o público, para desespero do prof. Stefani  - Sim, não vetaram nossas “apresentações”, mas para não incentivar jovens a mexer com coisas perigosas (sic) não nos deram o primeiro lugar... (quem levou foi um prosaico trabalho de tratamento de água...). O prêmio era uma viagem a Brasília, para a Feira Nacional de Ciências, onde por ironia, tinha um trabalho sobre foguetes (o prof. Emilião também foi e nos trouxe uma foto de consolação...).
                  Na ocasião fizemos vários testes com foguetes experimentais no antigo terreno onde funcionou o presídio original de Porto Alegre, próximo da usina do gasômetro (antigamente era um local amplo, cheio dos restos do presídio demolido, sem ocupação e que margeava o Guaíba) e onde hoje se localiza a orla turística da cidade. Por ironia, atualmente existem no Brasil vários clubes e aficcionados na construção de foguetes experimentais e há muitos vídeos sobre o assunto no YouTube.
                  No ano seguinte me transferi de escola (fui para o Colégio Rosário por causa do terceirão...), para alívio temporário dos nervos do prof. Stefani. Entretanto, novamente o Nélson estava “encrencado” precisando de nota e falou comigo (a gente morava perto) e pediu uma “consultoria” sobre um trabalho a apresentar na feira de ciências daquele ano (1975). Era o segundo ano do secundário e tinha que ser bombástico (O Nélson gostava de aparecer, acho que para impressionar as gurias...!!!)
                  Como falei anteriormente, na ocasião já estava em operação a Borregaard. Esta indústria apresentava problemas de mau cheiro no ar e poluição das águas (na época eu gostava de pescar nos domingos de manhã no gasômetro, mas subitamente os peixes sumiram...). A questão da poluição estava bastante em voga no noticiário, iniciando-se o debate mais sério acerca das questões ambientais  e do impacto do funcionamento das indústrias na qualidade da água e do ar (a poluição da indústria coureiro calçadista também foi posta em evidência).
                  Daí sugeri a idéia de fazer um trabalho sobre modos de “combater” a poluição, já que ninguém tinha uma noção clara de como isto poderia funcionar. Trabalhando a idéia, verifiquei que o Nélson tinha em casa duas caixas de madeira (do tamanho de caixas de sapato) onde se encaixavam vidros no local onde seria a tampa. De cara pensei: “e se fizéssemos duas câmaras; em uma delas entrariam gases poluentes (SOx, CO2 e NOx) sem tratamento. Nesta primeira câmara ficaria uma cobaia (rato de laboratório).Após, os gases passariam por um tipo de filtro que inventei para a ocasião, com base em cal hidratada. Na sequência, os gases passariam pela segunda câmara, onde ficaria outra cobaia. Para contrabalançar os gases poluentes, havia injeção de oxigênio puro na primeira câmara. As caixas foram tornadas herméticas com várias camadas de verniz e para os gases, construí geradores para cada tipo de gás poluente (para encurtar, não entrarei em detalhes técnicos).
                 As cobaias foram obtidas por doação do biotério da UFRGS, através de um ofício do Irmão Marcos (Diretor do colégio na época). Conseguimos 30 ratas brancas de laboratório (um exagero, vai ver que tinham muitos ratos por lá e quiseram despachar...). Era uma cena, a gente vindo a pé da UFRGS pela rua, até a Riachuelo com uma gaiola cheia de ratos....Algumas pessoas curiosas perguntaram o que era aquilo....
                 Solucionados os problemas de logística e de acomodação dos ratos, a parte melhor era a apresentação do Nélson na feira de ciências. As câmaras e geradores de gases e demais acessórios foram posicionados em cima de duas mesas num local de destaque. O Nélson providenciou umas cortininhas que ocultavam convenientemente a instalação. Na hora da apresentação, ele aparecia de jaleco branco, fazendo uma preleção teatral contra os malefícios da poluição (devia ter ido para a carreira artística, pois tinha talento...). Em determinado momento, de forma teatral, o Nélson orientava um outro aluno ajudante  para descerrar as cortinas – nesta hora, se sentia no ar o suspense....(eu não participava pois “oficialmente” não estava mais no colégio. Estava somente na platéia...).
               Apareciam então as instalações e as cobaias posicionadas.  A um dado momento, o Nélson, de maneira dramática, dava início à “demonstração”, sinalizando ao ajudante para acionar os geradores de gases. A primeira cobaia sofria os impactos da poluição. Entretanto, ao passar pelo filtro antipoluição, os gases nocivos eram absorvidos e a segunda cobaia nada sofria (foi a mesma durante todo o tempo da feira). Na ocasião, foi um modo de demonstrar que era possível controlar gases poluidores com um tratamento adequado, às vezes bem simples. Apesar de impactante, o trabalho não ganhou o prêmio da feira, a comissão julgadora resolveu premiar um trabalho mais “normal”, mais adequado a estudantes secundaristas....Ao final, sobraram ainda muitas cobaias e o que aconteceu com elas é outra história......
Nota: hoje em dia filtros à base de cal são usados para absorver gases ácidos, do tipo SO, NOx, HCl, etc. em muitas industriais, sendo um exemplo aqui no estado, a usina termoelétrica de Candiota. Instalações de controle de emissões gasosas são atualmente de uso corrente na indústria.
             No último ano do segundo grau (1976) o Nélson também apresentou um trabalho na feira de ciências, desta vez de Biologia (não participei desta vez, o prof. Stefani estava de olho....). O Nélson apresentou um trabalho sobre os malefícios do tabagismo (Naquele tempo ele era o maior fumante....). Conseguiu exemplares de pulmões humanos, um sadio e outro de fumante no IML e fazia suas apresentações de jaleco branco, apontando as diferenças em cada órgão e a relação do fumo com o risco de câncer. A expectativa do Nélson era ganhar o prêmio mas,  também desta vez, não ganhou. Assim se fechou nosso ciclo das feiras de ciências no segundo grau.
            Para finalizar, posso dizer que o tempo passado no Colégio Nossa Senhora das Dores foi uma época maravilhosa, onde apesar de tecnicamente existir uma “ditadura” governando o país, se podia fazer muita coisa, como por exemplo adquirir produtos químicos para os experimentos. Se esperava somente a responsabilidade do seu uso. Recebíamos na escola uma educação baseada na honestidade e na verdade. Assim a responsabilidade e avaliação dos riscos de nossas ações seguiu sendo decorrente disto.  Hoje em dia, muitos produtos químicos podem ser usados para fazer drogas, por isto são controlados devido ao possível mau uso e em virtude disto o ensino e o surgimento de novos talentos empobrece. As feiras de ciências servem, dentre outras coisas, para isto: para aprender a resolver problemas botando a “mão na massa” e promover a criatividade e o trabalho de equipe (por enquanto, isto o robô não faz...). Hoje em dia, quando existem, na maior parte ficam somente na área da robótica ou do “aplicativo”, porque é mais seguro, sendo uma das honrosas exceções, a MOSTRATEC,  promovida pela Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Viera da Cunha, de Novo Hamburgo.
              Como era de se esperar, terminei cursando Engenharia Química na UFRGS. Apesar de todos os problemas que o Brasil passou (e está ainda passando), a educação e os exemplos que recebi sempre foram um norte. Agradeço este legado aos nossos velhos mestres e a nossos pais, pois esta foi a melhor herança. Ao longo dos anos inventei várias coisas e hoje trabalho pesquisando e montando soluções técnicas principalmente na área de resíduos industriais, meio ambiente e recuperação de metais. Se Deus permitir e a saúde deixar, pretendo não parar tão cedo, pois ainda há muita coisa a ser feita!
              E, apesar de tudo, ainda acredito que o Brasil possa vir a ser o país do futuro!
               Um abraço a todos os Dorenses!

4 de agosto de 2016

Rogerio Vaz Pinheiro

Meu nome é Rogério Vaz Pinheiro. Estudei no Colégio das Dores nos anos de 1974 a 1976.
Envio foto de minha formatura no CPOR, ano de 1977, ao lado do Professor José Inácio, O Emilião, ao qual devo muito de minha formação intelectual , religiosa e de caráter. Tenho certeza de que não sou o único!
Colégio maravilhoso, professores maravilhosos, colegas maravilhosos. Que herança maravilhosa!


11 de dezembro de 2013

Niara Maria Bacchieri Atrib

Olá, Sou niara maria bacchieri atrib, na época, estudante nas Dores o meu nome de solteira era Niara Maria Dias Bacchieri. Foi uma enorme satisfação descobrir esse blog, pela internet, pois tenho lembranças muito boas dessa época. Fiz parte da primeira turma mista das Dores. Tenho grande carinho pelo Emilião que tbem ensinou-me a gostar da matematica. Lembro tbem com carinho dos outros professores, quimica, fisica, mas só lembro do nome do Lessa de Biologia. Fiz parte do DCE, acho que como secretaria. Se não me engano o Presidente era o Jose Tulio, onde andas meu querido companheiro do gremio estudantil. E, seus pais? Muito carinhosos comigo. Na aula tive queridos colegas, Isabel Klein, Sok(coreano/inteligentissimo principalmente na física/matematica - pais com loja na Borges de Medeiros) e, outros que lembro da fisionomia, mas não do nome. Fazíamos grupos de estudo na minha casa, rua espirito santo. Na época, apareci com uma tartaruga na aula, e os colegas a esconderam e , me deixaram um bilhete pedindo resgate por ela. Lembro das aula de educação física (jogos de handbol), ganhei um torneio de ping pong, do qual me vanglorio até hje. Meus irmãos sempre estudaram nas Dores, fizeram primario, ginasio e cientifico. Eu fiz o cientifico, hje sou assistente social e moro em Pelotas. Muitas, mas muitas lembranças boas... Pena, que lembro das pessoas, fatos, mas não lembro o nome..... Concorri a rainha da banda das dores, o evento ocorreu no clube união, mas perdi, ganhou a Ligia uma colega nossa. Na época fiquei bastante triste, pque queria muito sair a frente da banda, que era composta só por meninos. Alem do prestigio que isso tinha na época, que bobagem.... Mas, é muito bom reviver tempos bons, bem vividos Abraços a todos ETERNAMENTE DORENSES

14 de maio de 2013

Carlos Alberto Alvares da Cunha


Olá, Pegorini
 
Meu nome é Carlos Alberto Alvares da Cunha
 
 
Conheci seu Blog através de uma procura no Google sobre o irmão Adelmo.
Fui ex-aluno das Dores na década de 70. Fiquei lá até 1975.
Entrei lá quando do o Colégio virou mixto, ou seja, quando começou a aceitar meninas.
Não lembro se foi em 69 ou 70.
Minha primeira namorada conheci nas Dores. Eunice Bernardes de Andrade. Era conhecida como Moranguinho.
 
Fui aluno do Emilião tb.
Tive aulas com o prof. Roque Dalbem(português), com o Quadradinho (matemática), com o Deretti (geografia),
o Lessa, que dava biologia e com a prof. Gioconda (artes),
também com o irmão Lauro (ciências), que em seguida foi diretor das Dores. Ele tinha uma aranha tarântula que guardava num armário de vidro logo na entrada do hall do colégio.
O irmão Adelmo foi bem marcante tb. Gostava muito dele.
Lembro do Sérgio que foi motorista da Kombi escolar que me apanhava em casa. Depois ele acabou casando com uma funcionária da secretaria chamada Jovita.
 
Eu jogava na equipe de handbol da Dores e participei de duas Lassalíadas.
Tinha como prof de Educação Física o Matias, que me ensinou handbol.
Uma vez ganhei um concurso de desenho lá com o desenho de La Salle.
 
Eu era conhecido como Cunha e uma vez briguei na sala de aula do Emilião. Foi com um colega meu chamado Werter.
Recebi uma suspensão de três dias.
 
São tantas as lembranças...
 
Os colegas que me lembro mais firmemente foram:
 
Riry Correa, Yara Bresolin ( família de  Guaporé ), Salgado, Sérgio Almeida (Almeidinha), Sérgio Correa Leite (Cavalo), Bruchshen, Manzke, Geraldo (foi Garoto 71, num concurso de beleza), Yara que era cunhada do goleiro Schneider do Inter, Werter e lembro também do Elwamger. Tinha um colega tb chamado Tibiriçá.
 
Agora que vou escrevendo vão brotando algumas lembranças.
 
Pretendo fazer uma viagem a POA e quero agendar uma visita ao colégio.

Cunha 
 
Hoje estou com 56 anos e sou produtor rural.
Moro em Uruguaiana, mas nasci e me criei no Bom Fim

Grande abraço
 
Carlos Alberto Alvares da Cunha  (Cunha)

Saudades do Emilião


Falecido em novembro de 2012, aqui fica uma pequena lembrança desse, que foi um dos maiores educadores que conheci, uma lenda no Colégio das Dores e por onde mais passou. Grande e inesquecível José Ignácio Reckziegel, o Emilião.

15 de fevereiro de 2012

Emocionei-me ao descobrir o BLOG e, nele, ler o depoimento do LONTRA sobre os primórdios da Banda Marcial Dorense.Li manifestações sobre o saudoso Pimentel, saudação do Mor Fulvio e outros nomes que fizeram minha memória se avivar com saudade.Ingressei na Banda em 1962 e nela fiquei até 1966 (sim, participei da abertura da Universíade, outro momento glorioso!), quando fui estudar no exterior. Antes de nela ingressar, estudava nas Dores mas era muito pequeno para ser admitido pelo Irmão Tito, mas não perdia um ensaio ou desfile, pelo que, de 1959 a 1962, acompanhei de perto aquele início fantástico. Depois, comecei no pífaro, passei para o trombone (com o grande Bonfiglio), tuba e, por fim, o bumbo.Lendo o depoimento do Lontra, que bem lembrou a ajuda da Banda dos Fuzileiros Navais na formação da nossa, ocorreu-me enviar este vídeo do YOUTUBE, que retrata uma recente apresentação em 2011 num festival internacional realizado na Escócia.Os que lembram verão, ali, a evolução da “nossa” âncora.Saudações a todos

Geraldo Bemfica Teixeira


BANDA MARCIAL, VIAGEM A QUARAÍ.

A partir do sucesso enorme da apresentação da Banda no desfile da Mocidade, começaram a surgir convites de diversas cidades do Estado. De duas viagens eu participei : Quaraí e Livramento. Mas antes de entrar no item “viagens”, falo sobre a inauguração do Estádio Cristo Rei em São Leopoldo, sede do Esporte Clube Aimoré. Fomos convidados para sermos o ponto alto das comemorações do aniversário do clube e da inauguração do novo estádio. Fomos de ônibus e, se bem me lembro, fazia um calor de rachar, alguma coisa em torno dos 37 graus. Chegamos ao local do evento, onde fomos saudados por uma multidão entusiasmada com a presença de uma Banda Marcial que já era sucesso por onde passava. Fizemos a nossa formação habitual e, em fila, entramos pela frente do estádio, chegando ao campo de jogo, onde refizemos as alas, sempre em silêncio, como era a nossa marca registrada. O povo que lotava as sociais e arquibancadas do estádio, viu aquela rapaziada entrar e colocar-se em posição, sem nenhum grito, nenhuma ordem manifestada. Tudo em rigoroso silêncio. A Banda da Brigada Militar tocou o Hino Nacional, cantado por todos os presentes, menos o nosso pessoal que, perfilados, ouviram o Hino ainda em silêncio. E começaram os discursos de saudação ao evento... Debaixo daquele sol forte, sem uma sombrinha para refrescar, apenas o quepi ajudava a proteger a cabeça. O resto, bufava. Lá pelas tantas, depois de sei lá quanto tempo (uma eternidade!) começaram a desabar alguns componentes, abatidos pela insolação, inclusive este que vos fala. Como n° 1 da ala dos bumbos, não resisti e cai estatelado. Imediatamente fui levado, junto com outros companheiros de “desabamento” para uma casa que ficava defronte ao estádio, onde uma família correu para nos trazer pano molhado, água gelada, abanador, para recuperar os abatidos pelo sol. Rapidamente nos recuperamos e voltamos para a formação. Graças a Deus que logo iniciou-se a apresentação da Banda que, como não poderia deixar de ser, arrancou aplausos e manifestações de espanto e admiração. Resta dizer que, enquanto eramos tratados da insolação, a formação não se desfez e os que ficaram continuaram o “show” de disciplina e responsabilidade.
A seguir voltamos para Porto Alegre e nos preparamos para os outros convites que apareceram : Quaraí e Livramento. Foram duas viagens de trem, demoradas, mas alegres. Imaginem a bagunça que foi. A chegada a Quaraí foi tarde da noite, quase de madrugada, mas mesmo assim, o povo estava acordado e lotando a estação. Chegamos cansados, loucos por uma cama. Fomos levados de ônibus até o quartel de um regimento de cavalaria (esqueci o número), onde o comandante nos deu as boas vindas, abriu o refeitório para um café com leite pelando e um sanduiche de queijo e mortadela. Fomos colocados no alojamento dos praças. No outro dia, de manhã, vestimos o fardamento e formamos as alas no pátio de manobras do quartel. Mais uma vez demos um espetáculo de alinhamento e disciplina. E, como sempre, em absoluto silêncio. Era de manhã cedo e tivemos que esperar até a hora do desfile, que aconteceria às 10 horas, penso eu. Pois bem : Ficamos perfilados e quietos até a hora do desfile, deixando a oficialidade do quartel embasbacada. A apresentação foi mais um enorme sucesso a ser colocado na conta da nossa competência . O povo de Quaraí veio em peso para as calçadas, assim como gente de outros localidades próximas, inclusive de Artigas, cidade uruguaia que vizinha com Quaraí . Lembro que o quartel ficava numa parte alta da cidade e à frente dele abria-se uma avenida que descia até o centro. Ao longo de toda a avenida, o público se aglomerava em frenesi, aplaudindo com grande entusiasmo, impressionado com a exibição da nossa Banda Marcial. Fomos alvo das atenções do Prefeito Municipal, vereadores, juiz, padre e outras autoridades locais, ficando acertado que, à noite, seria realizado um baile no qual seríamos a atração principal.
Depois da apresentação, voltamos ao quartel onde fomos liberados para perambular pela cidade, debaixo da firme recomendação do Irmão Tito para que nos comportássemos, porque estavamos representando o Colégio e a Capital do Estado. Ai daquele que saisse da linha !
Não houve necessidade do aviso do Ir. Tito; todo mundo se comportou maravilhosamente bem. Ao percorrerem as ruas da cidade, aconteceu um fenômeno que terminou por se repetir em outras cidades visitadas pela Banda : Moradores nas janelas das casas, pediam que entrassemos para uma visita, para um cafezinho, uma bebida refrescante, um pastelzinho, qualquer coisa. Aquilo significava muito para eles como anfitriões e não podiamos deixar de aceitar o convite. E ainda mais : Muitas vezes fomos atendidos em bares, lancherias, bolichos e os donos recusaram o pagamento oferecido. Houve casos de colegas que foram convidados a permanecer nas casas, para passar a noite, inclusive, com direito a um serviço de primeira. Foram autorizados, debaixo de mil recomendações.
À noite, o baile. Aí aconteceu um fato que foi o ponto alto da viagem. O Irmão Tito usava batina e o “papo” branco, marca registrada da Ordem Lassalista e não poderia, evidentemente, frequentar um salão de clube, paramentado com sua roupa habitual. E também não poderia ficar de fora, porque era o “chefe” da Banca ! A solução veio do pai do Claudio Brito, o conhecido “Delegado”, homem enorme, pescoço grosso, porte avantajado : Emprestou camisa, terno, gravata para o Irmão Tito, que media a metade do “Delegado”. Lembro que eu e mais alguns colegas estavamos no hall de entrada do clube, quando entra o “Delegado”, a esposa, o Claudio Brito e o Irmão Tito, à paisana, trajando uma roupa bem maior que ele, com um colarinho de palhaço, bem faceiro. Parecia criança com roupa do pai. Todo mundo caiu na gargalhada, porque o espetáculo era fantástico. Uma coisa de louco.
O baile foi um sucesso, fizemos uma apresentação de despedida no dia seguinte e, à noite ( se não me engano) voltamos para Porto Alegre, não sem antes agradecermos a atenção e o carinho do povo de Quaraí, em saudação feita na rádio local pelo Irmão Tito, se bem me lembro. Ao digno e atencioso comandante do Quartel de Cavalaria da cidade, entregamos uma flâmula da Banda com os nossos agradecimentos.
A viagem seguinte foi para Santana do Livramento.
Para esta viagem fazia-se necessário tomar algumas providências. Seria uma jornada demorada e a Banda possuia alguns integrantes com pouca idade para viajarem sozinhos; pelo que, incorporamos alguns pais e mães à comitiva, para atendimento aos mais jovens. Mas, seria uma viagem desconfortável para os acompanhantes, em vagões de passageiros sem acomodações razoáveis, com bancos de madeira, duros, sem conforto. Um grupo foi ao Palácio Piratini solicitar ao então Governador Leonel Brizola, o empréstimo do vagão do Governador para que as famílias pudessem viajar com mais conforto. E bota conforto nisto ! O vagão era uma beleza : Madeira clara, com brasão do Rio Grande nas laterais, sofás e poltronas de couro, mesas auxiliares, quarto, banheiro, cozinha, tudo de primeira classe. Eu até gostaria de saber o que foi feito deste vagão, porque merecia estar num museu.
O Governador não titubeou, deu ordem imediata para que o vagão do Governo fosse atrelado ao final da composição que nos levaria a Livramento. E lá fomos nós, saindo à noite de Porto Alegre, cheios de entusiasmo. Os familiares de alguns integrantes foram para o vagão do Governador, junto com o Irmão Tito. Como nós, os mais velhos, éramos os fundadores da Banda, sentimo-nos no direito de também ir de “primeira classe”, o que foi um conforto. E lá fomos nós, parando em algumas estações intermediárias (lembro de Ramiz Galvão) até Santa Maria e de lá, descendo até Cacequi e finalmente Livramento. Mais uma vez, uma chegada apoteótica, lá pelas tantas da madrugada, com um povaréu enorme à espera da Banda. Dalí fomos levados em carreata até os locais onde nos instalaríamos. Os mais velhos ( e não tão velhos assim!) ficaram no Hotel Internacional. O Fernando Goes, pistonista, foi prá casa : A família morava em Livramento, numa linda mansão de esquina. Com ele, creio, foram alguns integrantes. Dormimos o que deu, naquela noite e, no dia seguinte tivemos a primeira apresentação tendo como palco a avenid principal da cidade, que desemboca na Praça Internacional, linha divisória entre Livramento e Rivera. As mais altas personalidades locais e até uruguaias, ficaram num palanque, quase na Praça. Saímos em rígida formação e ao sinal do Mór, Paulo Lippmann, iniciamos a apresentação. O Jornal “A Plateia” de Livramento deu manchete no outro dia, “Apresentação de gala da Banda Marcial do Colégio das Dores”, ou algo parecido, e os jornalistas se derramaram em elogios à qualidade do espetáculo que proporcionamos ao público da região. Terminada a apresentação, fomos deixados à vontade para passear pela cidade, conhecer o povo e, especialmente, o outro lado, a cidade de Rivera, no Uruguai. Repetiu-se o que havia acontecido em Quaraí, com todo mundo disputando a preferência dos integrantes da Banda, em lojas, lancherias, etc..E igualmente dispensados do pagamento da conta, em muitos casos. Um fato interessante : Um cassino localizado perto da Praça Internacional, no lado uruguaio, com um apresentador (dono?) chamado de “Negro Brasil” que convidou a alguns integrantes para conhecer o cassino. Alguns foram e tiveram uma recepção digna de celebridades. Atravessamos a fronteira entre os dois países e nos tocamos para Rivera, em busca de lojas e boa bebida para uma sede tamanho gigante. Recordo que foi a minha primeira experiência com a famosa cerveja “Norteña”. E não foi a última...Também entre os uruguaios a recepção foi calorosa e idêntica a do lado brasileiro, com todo mundo querendo presentear a todos nós.
A presença da Banda em Livramento e a repercussão da apresentação na avenida, fez com que o Alcalde da cidade de Rivera (o Prefeito) fosse até a direção da Banda e pedisse uma apresentação à noite, no Estádio da cidade; o antigo e não este moderno que existe hoje. Como se tratava de um pedido formulado por autoridade do país vizinho, aceitamos com prazer e o Prefeito de lá nos garantiu a presença maciça de todos os riverenses e gente de outras cidades ao redor. À noite, ao chegarmos ao estádio, já uma multidão se aglomerava nas imediações, dificultando a chegada dos nossos ônibus. Foi uma tremenda mão-de-obra para chegar e entrar, porque a multidão queria nos abraçar, tocar, apertar as mãos, um troço nunca visto. Depois de muito esforço conseguimos entrar, formar e mostrar o nosso jogo. Eu me recordo que era uma noite quente e os refletores do estádio – localizados nos quatro cantos – estavam cheios de insetos, milhões deles e nós ficamos preocupados com a possibilidade daquela “turma” vir para cima da gente. Mas tudo deu certo e a Banda Marcial das Dores mais uma vez cravou o seu nome no coração de mais uma cidade gaúcha. Tenho a certeza de que os mais antigos de Livramento ainda devem se lembrar com saudade da nossa apresentação.
Ao terminar este meu longo comentário, quero fazer menção a alguns colegas daqueles tempos, que muito contribuiram para o sucesso da criação e desenvolvimento da nossa Banda : Celso de Assis, João Dora, Francisco Marques (infelizmente falecido muito cedo), Astélio, os irmãos Gonçalves. Peço desculpas por não tê-los mencionado antes; a minha memória falha, `s vezes.

1 de fevereiro de 2012

BANDA MARCIAL, ANOS DE GLÓRIA

Lá pelo final dos anos 50 do século passado, a Banda Marcial do Colégio Gonzaga apresentou-se em Porto Alegre em razão da algum evento hoje esquecido. Poderia até ter sido a Parada da Mocidade, mas não posso afirmar. O certo é que ela se apresentou também, no pátio do Colégio Nossa Senhora das Dores (agora La Salle Dores) para uma embasbacada plateia de dorenses. Apresentação de luxo, diga-se de passagem, que deixou em todos a certeza de que um tipo novo de banda colegial havia chegado ao Rio Grande. Pelo que se sabia, nenhuma escola, na época, possuia algo semelhante. Música (dobrados), fardamento, formação, evoluções, tudo isto encantava e espantava os estudantes daqueles tempos.

Depois que a Banda Marcial do Gonzaga voltou para Pelotas, ficou na cabeça de alguns alunos do Colégio das Dores a convicção de que tinhamos de ter algo semelhante. Como um rastilho de pólvora, a ideia alastrou-se e um grupo de alunos resolveu arregaçar as mangas e partir para os finalmente. Com autorização da Direção do Colégio (acho que o Diretor era o Irmão Gabriel Justino, dito “Pinguim”), o então Irmão Tito recebeu a incumbência de coordenar a execução do projeto de uma banda marcial do Colégio. Ao redor dele, reuniu-se um grupo de alunos mais dispostos e entusiasmados : Luiz Fernando Pimentel, Paulo Lippmann, Jorge Alberto Pimentel, Bruno Ferreira, Gilberto Rego, Nelson Pegoraro, Manoel Pitrez, Camilo Pires, e alguns outros.
Primeira coisa a ser feita : Entrar em contato com o Colégio Gonzaga para saber como a Banda Marcial havia sido formada. De lá vieram as informações solicitadas, dentre elas, a mais importante de todas, eles tinham tido o concurso de um instrutor pertencente ao Corpo de Fuzileiros Navais, um sargento chamado Werneck (já esqueci seu nome completo) ! O Sargento Werneck havia criado a Banda do Gonzaga, ensaiado tudo, deixado a Banda em ponto de bala e voltado para o Rio de Janeiro.


Em nós, dorenses, ficou a primeira certeza absoluta : Tinhamos que trazer de volta ao Rio Grande, o tal de Sargento Werneck. Fomos até a Capitania dos Portos, quase no fim da Rua da Praia, conversar com o chefão, o Capitão dos Portos, que, aliás, nos recebeu muito bem, muito alegre, muito interessado, e que de imediato se prontificou a realizar as tratativas para “importar” o Sargento Werneck. Aqui faço um parênteses necessário e triste : Algum tempo depois, o mesmo Capitão comandava o navio oceanográfico “Canopus” e foi vítima de um crime praticado por um taifeiro enlouquecido, que o matou ( e outros mais ) com machadinha e até mesmo, ponta de mangueira. Lamentamos profundamente o episódio, porque o Capitão era um gentleman e de uma simpatia enorme; não merecia o que lhe aconteceu. E sem o interesse dele, não teria havido um Sargento Werneck na Banda das Dores.

Mas, voltando ao assunto : Enquanto o Sargento não vinha, tratamos de realizar outras tarefas igualmente importantes : Arranjar dinheiro para comprar o material necessário. Naquela época, o método mais empregado, especialmente entre a gurizada, era o chamado “Livro de Ouro”, no qual as pessoas deixavam assinatura e grana. As contribuições vinham de pais, familiares em geral, ricos da região, alguns não tão ricos, comércio, indústria, profissionais, enfim, todo mundo que pudesse “morrer” com alguma grana. Felizmente, o engajamento de alunos, Irmãos, pais, moradores da região do Colégio, foi total e num entusiasmo poucas vezes visto. Os “Livros de Ouro” voaram pelos quatro cantos da cidade e as contribuições começaram a aparecer.

Começaram então, as encomendas de uniformes, com a escolha das cores da calça, do casado (o “dolmã”), gravata, camisa e quepi. As roupas foram confeccionadas na empresa Kalil Sehbe, de Caxias do Sul. O quepi e o cinturão, na Casa dos Militares. Até mesmo as polainas brancas foram confeciconadas pelas mães dos alunos, segundo um modelo recomendado pelo pessoal do Colégio Gonzaga. Foi uma corrida contra o tempo, porque queriamos participar da Parada da Mocidade naquele ano que, se não estou enganado, era 1959. Neste meio tempo apareceu o famoso Sargento Werneck, uma figuraça, tocador de gaita escocesa, instrutor da Banda dos Fuzileiros Navais. É bom destacar que os Fuzileiros Navais do Brasil faziam grande sucesso com a sua “Banda de Música”, que se diferenciava da “Marcial” pelo tamanho, tipos de instrumentos que usava, repertório, etc.. Era mais do tipo das bandas militares atualmente em atividade por aqui. E vivia nas paradas de sucesso, com músicas populares brasileiras ou estrangeiras.

O Sargento veio, com bagagem completa (inclusive a gaita escocesa) e enorme disposição para criar a nova Banda Marcial do Colégio das Dores. Lembro que ficou hospedado em um quarto de frente para a Riachuelo, no último andar do prédio. Foi lá que ele nos deu as primeiras noções sobre uma banda marcial : Num papel almaço grande, desenhou a disposição dos integrantes e respectivos instrumentos. Para todos nós, um assombro: Uma frente de 6 bumbos, logo após os tarois, as caixas, surdos, pífaros, pistões, trombones, cornetas e tubas pequenas . Era uma coisa de loucos, até porque, diante do número de interessados em integrar a Banda, já se previa 30 filas, o que daria um total de 180 integrantes ! Era gente que não acabava mais e urgia colocar tudo num conjunto harmonioso, disciplinado, responsável. Lembrem-se de que eramos alunos de 15 a 20 anos no máximo, e enquadrar este “bando” não era tarefa das mais fáceis.
Diante disto, durante os fins de semana, feriados e horário de fim de tarde, cada grupo de integrantes era levado para as salas de aula do Colégio, onde aprendiam os rudimentos da arte da música marcial. Antes de assoprar alguma coisa ou bater em algum couro, tivemos aula de música, cadência, harmonia, etc..


De repente, chegaram os instrumentos cuja feitura coube aos Irmãos Valcareggi Ltda., seus descendentes estudavam no Colégio e eram integrantes (uns dois deles) da futura Banda. Instrumentos muito bem feitos, brilhando com seus metais recém lustrados, seus couros cheirando a gado, uma beleza. Os de sopro vieram em caixas de couro preto, coisa chique. E começou a seleção dos candidatos e a entrega do instrumento respectivo.
O primeiro ensaio, no pátio do Colégio foi com uma música tradícional francesa, muito divulgada na I Guerra Mundial, chamada “Au Près de Ma Blonde”. Não me lembro do segundo item do repertório, mas sim do 3° que também era um clássico : St. Cyr, o hino da Academia Militar da França. Na primeira vez, algumas desafinações, algumas notas foram de compasso, mas aos poucos fomos nos acertando, encaixando a harmonia, a coisa começou a fluir direitinho. Era de espantar o fato de que gurís sem nenhum estudo de música – exceto pelas aulas de Canto Orfeônico, muito limitadas – começassem a tocar canções tradicionais, famosas, e com uma sonoridade impecável.


Havia em todos os integrantes, uma enorme consciência quanto à responsabilidade e a seriedade que a Banda requeria.

No meio tempo, tivemos que desenhar o nome da Banda e seu logotipo no couro dos bumbos e coube ao autor destas letras, desenhar tudo em papelão grosso, depois recortar com tesoura (haja dedo!) para fazer o molde dos dois lados do bumbo. Depois foi só pintar e pronto ! Lá estava o nome e a estrela de uma banda que prometia surpreender.

Sabìamos que o Colégio Rosário e o Julio de Castilhos viriam com alguma coisa híbrida, misto de banda militar e banda de baile, com enormes tubas e bombardinos no fim das filas. Da nossa parte, pedimos a todos os integrantes, o máximo de sigilo quanto ao que apresentaríamos na Parada da Mocidade daquele ano. Nem mesmo podíamos falar sobre o formato da Banda, uniforme, dobrados e evoluções. Segredo absoluto. E assim foi. Ninguém quebrou o segredo.
Enquanto isto, as mães, tias e avós faziam ajustes nas roupas recebidas pelos componentes, embora tenham informado ao fabricante, o número que vestiam. Os uniformes vieram em meia-confecção e todos tiveram que dar uma acertada. No final, tudo em ordem. Cada um levou o seu uniforme para casa, guardou no armário debaixo de chave, para que nada prejudicasse a operação “Banda Marcial”. Os ensaios eram com portões fechados e ninguém podia entrar, que não fosse um lassalista ou integrante da Banda.


As evoluções começaram também no papel, com especial destaque para a famosa “Âncora” dos Fuzileiros Navais e o cruzamento das alas ao dobrar uma esquina (uma tremenda arma secreta que iríamos executar ao entrar na Avenida Borges) . Muita confusão no início e logo as alas começaram a fluir normalmente, como se aquilo fosse comum, feito todos os dias. O desejo de aprender, o interesse pela coisa e um alto senso de responsabilidade fizeram as evoluções ficar assunto resolvido, negócio fácil.
E pronto ! A Banda Marcial do Colégio Nossa Senhora das Dores estava pronta para a primeira apresentação. Até o dia glorioso, o nervosismo tomou conta do pessoal, quase não deixando ninguém dormir à noite. A Parada seria no domingo de manhã e o trajeto da Banda seria : Saída da Rua Riachuelo, Rua Bento Martins até a Demétrio Ribeiro, dobrando à esquerda em direção à Borges, na altura do Cinema Capitólio. Daí, entrando na Avenida, subindo por ela até as Lojas Guaspari, na esquina da José Montauri. Estava tudo devidamente esquematizado, inclusive com um detalhe : A marcha em direção ao desfile seria em silêncio, apenas com a cadência do bumbo, até chegarmos à Avenida, quando entraríamos com o dobrado nº 1, que citei antes.


De sábado para domingo, ninguém dormiu direito, volto a dizer. De manhã cedo, chispando para o Colégio, “a paisana”, com o uniforme devidamente ensacado ou embrulhado em papel pardo, para não revelar o mistério. Chegamos, fomos nos vestir, dar uma olhada nos instrumentos....e começou a chover !! Uma chuva fina, a princípio, para depois engrossar um pouquinho. Bateu o desespero da moçada : Logo agora que teríamos o nosso momento de glória ! Parecia sacanagem. A solução mais viável era correr para a capela do Colégio, para pedir a todos os santos do Céu que intercedessem junto a São Pedro para que a chuva parasse. Os Irmãos do Colégio já pediam que o desfile da Banda fosse suspenso, nós estavamos na fase de implorar para que tal não acontecesse. Uma loucura. Lá pelas tantas, decidimos que iriamos assim mesmo, com uma tremenda fé de que o sol apareceria. Saímos ordeiramente do pátio, subimos as escadarias até a saída e formamos na Rua Riachuelo. A todas estas, já tinha muita gente na calçada, vendo o pessoal se formar, vistosos em vermelho, azul e branco, instrumentos novíssimos. Formamos as alas em silêncio, o Sargento Werneck com seu belo uniforme de Fuzileiro Naval. Rígida formação, silêncio absoluto, apenas o burburinho dos espectadores na calçada. Até hoje a gente fica arrepiado de se lembrar daquele momento.

Não houve uma ordem gritada, um “Atenção!”, nada, apenas um gesto do Mór, o inesquecível Paulo Lippmann, o bumbo n° 1 deu a batida inicial, o taról do Jorge Alberto Pimentel respondeu e, numa cadência impecável, fomos para o desfile. Ouvia-se o toque do bumbo e do Pimentel, a batida de pés e mais nada. Algo inédito em Porto Alegre, acostumada com bandas ruidosas, charangas barulhentas, muitos gritos de comando. Por onde passavamos deixamos um rastro de emoção, palmas, gritos, lágrimas de pais, parentes. Estranhos. E nós alí, em marcha firme, olhando para a frente, instrumento em descanso, nem mesmo um sorriso para um espectador. Nada. E foi assim que chegamos na esquina do Cinema Capitólio com a Borges.
Começava alí a lenda da Banda Marcial do Colégio Nossa Senhora das Dores : A evolução para dobrar à esquerda, na esquina, e o primeiro dobrado irrompendo em marcha francesa, no meio da multidão embasbacada, espantada, com o queixo caído. A partir daí, só deu nós. O povo que se aglomerava nas calçadas, numa quantidade enorme, vibrava, gritava, assobiava, aplaudia, não sabia mais o que fazer para agradecer à uma exibição de gala. O Luiz Fernando Pimentel se lembra do choro de um ex-expedicionário, abraçando a ele Pimentel, agradecendo pelo “show” e pela execução da canção francesa que lhe lembrava a participação na 2ª Guerra Mundial. Foi nesta ocasião que Davi Nasser, famoso repórter da revista “O Cruzeiro” declarou que o que ele estava vendo era coisa para ser mostrada no resto do País. Os locutores que costumavam narrar a Parada da Mocidade, derramaram-se em elogios, gritando de entusiasmo, como diante de um fenômeno. Não resta dúvida de que tudo isto se justificava pela excelente apresentação da Banda Marcial das Dores, como passou a ser conhecida.


Os alunos dos outros colégios que já haviam desfilado antes, até mesmo os do Rosário e do Julinho, estavam nas calçadas e não acreditavam no que estavam vendo.
A partir daí, consolidada a fama merecida da Banda Marcial do Colégio, choveram convites de todos os pontos do Estado e até de outros estados. Foi quando aceitamos o convite para apresentação em Quaraí, no aniversário da cidade.
Mas isto eu deixo para outra ocasião.


Paulo Lontra

28 de janeiro de 2012

Meu nome é Paulo Roberto Lontra, tenho 70 anos recém completados e me orgulho de ter sido um dos fundadores da Banda Marcial do Colégio das Dores, em fins da década de 50 do século passado. Tenho lembranças da convivência com os colegas da Banda, o Paulo Lippmann, o Jorge Alberto Pimentel, o Luiz Fernando, Camilo Pires, Gilberto Alves Rego, Astélio, Aymoré, Manoel Pitrez, Nelson Pegoraro e tantos e tantos outros ( afinal eramos 180 componentes!).

Lembro da presença amável e interessada do Sargento Werneck dos Fuzileiros Navais, formador e instrutor da Banda, com sua gaita escocesa, despertando a vontade de todos nós de termos uma ala de gaitas de fole, para depois descobrirmos que custava uma nota preta e uma importação complicada. Os primeiros ensaios no pátio do Colégio, a compra dos instrumentos na loja dos Irmãos Valcareggi , o aprendizado musical para os instrumentos de sopro; cada um deles em uma sala de aula, a chegada dos unformes confeccionados pela Kalil Sehbe de Caxias do Sul, a trabalhosa criação dos moldes para a pintura dos bumbos, tudo isto feito com dedicação, comprometimento, responsabilidade, sob a batuta do Irmão Tito, severo porém justo nas suas reprimendas.

O Luiz Fernando Pimentel recorda-se da primeira apresentação da Banda, em uma Parada da Mocidade. Eu me lembro de uma chuva fina a cair pela manhã bem cedo, deixando todo mundo em desespero, fazendo com que alguns, mais cristãos, fossem para a capela do Colégio para pedir aos céus uma manhã de sol, que permitisse a apresentação. É bom esclarecer que o Banda ensaiava evoluções tidas como "inéditas" e, portanto, ensaiadas "secretamente" para que os adversários não as conhecessem. Adversários ? As novas bandas dos colégios Rosário, Julio de Castilhos, por exemplo. Tudo muito misterioso. Sabe-se lá por que, mas na hora de irmos para o desfile, o sol apareceu e o "show" foi dado em plena Avenida Borges, para o assombro da população de Porto Alegre.

Diz-se que David Nasser, o prestigiado jornalista da revista "O Cruzeiro", que se encontrava em Porto Alegre, viu a apresentação e teria dito a um interlocutor : "Isto não é espetáculo para Porto Alegre; é coisa para ser mostrada para o resto do País", ou algo assim. Modéstia à parte, fomos impecáveis do começo ao fim do desfile e os jornais se derramaram em elogios, no dia seguinte. O mesmo aconteceu em outras cidades do Estado onde a Banda esteve, com destaque para Livramento (Capa inteira do jornal "A Plateia"), Quaraí (Com direito à uma apresentação extra em Artigas, Uruguai), inauguração do Estádio Cristo-Rei de São Leopoldo debaixo de um sol brutal, mas que não foi suficiente para prejudicar o espetáculo proporcionado pela Banda. E são tantas as históriasque mereceriam um livro para contá-las. Espero que outros colegas daqueles tempos também escrevam a respeito.

Paulo Lontra

29 de dezembro de 2011

Feliz 2012

Desejamos a todos (a) um 2012 de muita prosperidade e paz para todas as famílias.

Assistam ao vídeo feito com todos os colaboradores do colégio especialmente para vocês:







1 de novembro de 2011

Grupo de ex-dorenses visita Emilião

Segue foto tirada dia 28.10 quando visitamos o nosso querido Irmão José Ignácio Reckziegel ou Emilião, como estávamos acostumados a chamá-lo, na Casa de Saúde dos irmãos Lassalistas.

Estava um pouco abatido, problemas de pressão alta, crescimento de próstata, porém com certeza  a nossa visita o reanimou.

Estiveram presentes, João Pancinha, José Tullio Moro, Carmelo Hensel (irmão da Agnes) e esposa, eu e um outro dorense que se encontra na foto porém não lembro o seu nome.

Há previsão de um churrasco em novembro, provavelmente num sábado ao meio-dia; esperamos que haja a presença de um maior contingente.

Abraço

Feliciano

5 de setembro de 2011

Encontro de ex-alunos




Convido todos(a) a entrarem no portal de nossa escola para ler a notícia sobre o encontro de ex alunos que ocorreu na ultima sexta-feira(26), bem como o vídeo do comentário de Cláudio Brito sobre a relação da Banda Marcial Dorense e a Legalidade.
Link para notícia:
Link Portal Capa:

Marcos Donaduce
Assessor de Comunicação
MTB/RS nº 14595
Colégio La Salle Dores
(51) 3212-6222 / (51) 9146-8385
Riachuelo, 800 / Porto Alegre RS
www.lasalle.edu.br/dores
http://twitter.com/LaSalleDores

27 de junho de 2011

ENTREGA DE BOLETINS - 1964

Essa veio pelo Feliciano Veiga:

"Pessoal, olha só este filme do tempo das DORES que o José Tullio Moro me mandou.

Peça rara: os irmãos Luciano e Gabrielzinho e vários colegas, Tullio, Marramarco, Ricardo Homrich Itaqui, Ricardo Waik, eu mesmo não consegui me ver."


30 de junho de 2010

Professor Emilião, uma visita



Ontem fiz uma visitinha ao nosso querido professor Emilião.

Quarto 529 (e não 523, como informado anteriormente) do Hospital Mãe de Deus, Porto Alegre. E lá estava ele, deitado na cama e já bem velhinho, mas ainda cheio de vigor e coisas para contar. Conversamos por mais de 40 minutos, ao longo dos quais, infelizmente, o bom velhinho não conseguiu recordar quem diabos era aquele tal de "Pegorini", ou "Ricardo Lisboa Pegorini", que ali estava o visitando. Claro que não fiquei magoado com isso. Imagine, recordar o rosto de cada um dos milhares de alunos que assistiram suas aulas nestes 55 anos de magistério seria uma tarefa impossível de exigir até mesmo do nosso Super-Emilião. Ainda mais lembrar de mim 30 anos depois e 40 kg mais gordo ... talvez nem eu mesmo me reconhecesse se não tivesse acompanhado pessoalmente como estes acréscimos foram sendo incorporados ao corpo esquelético que eu tinha nos anos 70.

Do alto dos seus 76 anos, o velho mestre ainda tem lembranças de quando chegou a Porto Alegre, de quais turmas foi professor no Rosário, nas Dores e mais um outro colégio que eu não lembro agora. Contou-me tranquilamente, com aquele ar de vitorioso na vida, como foi perdendo vinte dos seus 116 quilos desde que veio de Cerro Largo para fazer exames na capital, depois de ver a pressão chegar a preocupantes 20 por 9 (!!!), graças à comida frugal do hospital e aos novos cuidados com a saúde que a vida começa a lhe exigir. E desse quadro meio patológico ele consegue fazer o link para uma lembrança positiva, de quando uma vez percorreu numa tarde, a pé, a beira da praia entre Cidreira e Tramandaí, e que para provar ao Irmão Lauro a peripécia, deixou uma nota de 5 cruzeiros na plataforma de Tramandaí. E que percorria diariamente 6 km em uma hora, já que o perímetro da quadra de futebol de salão somava 100m e ... e olha aí .... estamos fazendo cálculos novamente ... hehehe .. o velhinho não toma jeito mesmo.


E me falou que se considera um homem vencedor, mas não realizado. Algo que não consegui entender na hora, e talvez nunca consiga entender como um homem desses, amado por gerações e mais gerações de alunos, não consegue ainda sentir que tenha já cumprido uma fabulosa missão de vida, de ensino, de hombridade e de dignidade. Talvez seja a eterna insatisfação do ser humano. Talvez seja essa nossa teimosia de nunca desistir, talvez seja a nossa inquebrantável vontade de dizer: "não, não agora .. tenho coisas a fazer ainda antes de entregar os pontos".

Mas a minha parte eu fiz. Não queria deixar esse homem morrer sem saber que ele fez diferença na minha vida, que as conversas nos corredores do colégio foram, finalmente, ouvidas e entendidas. Que eu sou uma pessoa melhor do que era na época graças, claro, às pessoas que se importaram comigo, meus avós, meus amigos, e àquele professor de matemática que me ensinou muito mais do que fazer contas.


Grande abraço dorense
Ricardo


O Professor José Inácio Rieckziegel ficará no Hospítal Mãe de Deus (na Av. José de Alencar), no quarto 529, até sexta-feira, dia 02/07. Se você também tem alguma coisa do seu coração a dizer pessoalmente ao velho mestre, não deixe pra depois.

26 de fevereiro de 2010

Emilião em ação!

E para tornar essa volta emocionante, uma imagem que todo dorense tem neste país encantado das suas memórias:


VOLTAMOS!!!

Muita gente tem me pedido a volta do Dores70. Como o tempo anda mínimo, não tinha como administrá-lo. Mas nadei procurando algumas fotos e fiquei lendo os posts no que havia sido publicado. A saudade bateu e, finalmente, deixei que o coração falasse mais alto e decidisse a parada. Aqui estamos. Curta, espalhe. Vamos fazer novamente deste lugar um ponto de encontro. Um lugar encantado das nossas memórias. Bem-vindos de volta aos bancos escolares.

16 de maio de 2008

CANCELADO O GALETO NO DOMINGO, NO SÍTIO DA ISA

Pessoal, a Stella Vives pediu pra eu avisar vocês:


QUERIDOS COLEGAS DORENSES, FOI CANCELADO O GALETO DO DIA 18\05, DOMINGO, NA CASA DA ISA, POR FALTA DE QUORUM.
OPORTUNAMENTE MARCAREMOS OUTRO ENCONTRO,OK?

BEIJOS.
BOA NOITE E PAZ A TODOS!

STELLA

Que pena, hein ... acho que tá faltando animação nesse pessoal ...

Ricardo

14 de maio de 2008

Solenidade de Comemoração do Centenário Dorense








Na segunda à noite, uma solenidade de descerramento de placas seguida por coquetel, reuniu a comunidade educativa dorense para a comemoração dos cem anos da instituição. O evento contou com a presença do Diretor de Educação da Rede La Salle Ir. Paulo Fossatti, do Diretor Administrativo da Rede La Salle Ir. Jardelino Menegat, do Reitor da UNILASALLE, Irmão Ivan José Migliorini, de diversos diretores e representantes dos Colégios Lassalistas, dos vereadores Cláudio Sebenello, Professor Garcia, João Carlos Nedel e Maurício Dziedricki, da representante da Secretária de Educação do Estado, além de outras autoridades que também prestigiaram a cerimônia.

Compareceram, ainda, à solenidade, os professores e funcionários do Colégio, a APAMEDORES, os pais representantes, o GED, ex-diretores, ex-professores e ex-funcionários, e ex-alunos.

O Diretor do La Salle Dores, Ir. Olavo José Dalvit, lembrou a importância do Colégio na história dos lassalistas no Brasil. “Os lassalistas olham para o Dores com carinho e estima. Esses cem anos trazem presente realidades e experiências, depois da família é a escola que marca o nosso ser”, enfatiza.




















Após a entrega de uma placa em homenagem ao centenário dorense, o Diretor do La Salle Santo Antônio, Professor Omero de Freitas Borges, expressou o apreço e gratidão da comunidade antoniana: “O La Salle Dores deu frutos. Daqui saíram os primeiros educadores que formaram a obra lassalista no Colégio La Salle Santo Antônio”.

Representando o Irmão Provincial da Rede La Salle Marcos Corbellini, o Ir. Paulo Fossatti parabenizou a comunidade educativa dorense pelos cem anos de serviços educativos prestados à sociedade porto-alegrense: “Tenho certeza que além de uma bela história, o La Salle Dores tem ainda um futuro muito promissor. Faço votos de que todos nós continuemos apaixonados pela missão de educar, onde pessoas educam pessoas e não apenas inteligência”. O Ir. Fossatti ressaltou, ainda, que a celebração dos cem anos do colégio é uma prova de que os lassalistas estão construindo uma bela história em Porto Alegre, promovendo o desenvolvimento humano e profissional à maneira lassalista, com encantamento, paixão e criatividade.

Na quinta-feira, dia 15 de maio, às 19h30, a comemoração do centenário continua com missa que acontece na Igreja Nossa Senhora das Dores.

Confira as demais fotos clicando aqui

12 de maio de 2008

Fundador da Banda das Dores

Eu,Luiz Fernando Maciel Pimentel, juntamente com meu irmão. Jorge Alberto mais os antigos amigos, Bruno Ferreira, Paulo Lippman, Paulo Roberto Lontra e que me perdoem os mais dois ou tres que a memória não deixa lembra-los, fomos os FUNDADORES da Famosa BANDA MARCIAL DORENSE, de passagens gloriosas por êste Rio Grande, Paraná e até no Exterior, sim, porque ultrapassamos as fronteiras do nosso Estado e deslumbramos os nossos vizinhos do Uruguai por duas oportunidades: a primeira, após uma longa viajem de trem a Quarai, no Rio Grande do Sul e Artigas no Uruguai a segunda em que o último vagão era o vagão do Exmo. e saudoso governador da época, SR.DR.LEONEL DE MOURA BRIZOLA, GENTILMENTE CEDIDO POR ÊLE, numa deferência especial à Banda, denominada por êle, BANDA DA CIDADE, à época em que foi Prefeito de Pôrto Alegre e por agradecimento à Banda por ter escolhido, sua Filha como madrinha. Tantas outras estorias podem ser contadas, como por exemplo: no desfile da LEGALIDADE,na participação como destaque na inauguração da UNIVERSIADE, realizada em Pôrto Alegre, no Estádio Olímpico do Grêmio e como disse, muitos outros eventos, festas, desfiles etc...Mas, um desfile em especial que jamais esqueci e conto a todas as pessoas que perguntam sôbre a Banda, foi sem dúvidas o Primeiro Desfile da " Parada da Mocidade " realizado, naquela época, na Av.Borges de Medeiros, desde o antigo Cine Capitólio até ao Mercado Público. Uma verdadeira consagração ao talento de nossos componentes em sua primeira apresentaçãop impecável. Guardo até hoje, na memória, quando atingimos, com extrema dificuldade, pois o público não aontentava-se em apenas olhar, queria tocar-nos ´para ter a certeza de que éramos reais. Pois, bem, a imagem que nunca mais esqueci, foi quan do atingimos a altura de onde é hoje o prédio do INSS, destacou-se da multidão um cidadão já de certa idade e aos prantos, abraçou-me, pois naquele momento a banda, garbosa, iniciava a execução da marcha intitulada "Au prex de ma blonde " que lhe trazia VIVAS LEMBRANÇAS de sua atuação junto com a Fôrça Expedicinária Brasileira (FEB) na Italia. Acho que estas narrativas, servem como uma homenagem à memória de um punhado de jovens que à época tomaram como meta a realização de um ideal e se dedicaram de corpo e alma, no sentido de tornarem a BANDA MARCIAL DORENSE, num marco dentro da cultura Riograndense.Em oiutra oportunidade, quem sabe, contarei como a Banda nasceu. Um grande abraço.

LUIZ FERNANDO MACIEL PIMENTEL
luifer@brturbo.com.br

9 de maio de 2008

Notícias sobre o Centenário das Dores

Pessoal, recebi esta msg do João Pancinha (japc@cpovo.net):

Amigos e amigas dorenses
Estive reunido com o Ir. Olavo.
Em agosto teremos o encontrão de ex-alunos e em setembro o baile do centenário.
Para podermos intensificar os reencontros, podemos utilizar a escola, aos sábados.
Este e-mail tem por objetivo colher sugestões dos colegas sobre a forma e o que fazer.
De antemão, sugiro:
Realizar um grande almoço nas dependências da escola. Utilizamos a cozinha/churrasqueira e montamos as mesas no saguão térreo (é, ali mesmo onde jogávamos vôlei no intervalo, comíamos prensado do Júlio, e outras "cocitas" que mais tarde relembraremos).
Podemos convidar professores (Emilião, Romeu, Valdir, Closmar, Janete, Estela, etc,...)
Fica como sugestão e fico no aguardo de mais sugestões para encontros no sábado.
Forte abraço
João Pancinha

5 de maio de 2008

Comunidade no Orkut de ex-alunos das Dores

Pessoal, a Stella Vives está convidando todos para participar da comunidade que ela criou pra nós no Orkut.

abaixo o link:

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=649635


Abração

Ricardo

16 de abril de 2008

Banda das Dores e a pedra fundamental do Beira-Rio


Esta é mundial !!! Recebi do Franklin esta preciosidade. Vou conservar as mensagens que acompanharam esta foto para vocês entenderem de onde ela veio:

RICARDO
Fuçando no site do Colégio das Dores encontrei uma foto em que aparecia o pai do Cláudio Brito (rádio gaúcha), que era meu vizinho ali na Riachuelo 730 (morava em cima do meu apartamento) e resolvi encaminhar ao Cláudio. Estou te encaminhando a referida foto e se achares interessante publicá-la no blog, transcrevo os emails para entenderes os detalhes da foto. Abraços, Franklin.

Caro amigo:
Furungando na internet sobre o Colégio das Dores e sua "Banda" encontrei esta foto que estou te enviando, em que aparece teu Pai e o Irmão Boaventura. Não sei que solenidade era essa, nem em que ano. Aproveito, também, para te enviar uma foto por ocasião da minha formatura, em que sou cumprimentado por ti e pelo Nereu.
Abraços, José Franklin Dias de Moraes (KIKO)

Grande Kiko!
Que maravilha receber teu recado. Quanto à foto do pai, foi na apresentação da Banda Dorense por ocasião do lançamento da pedra fundamental das obras do Gigante da Beira-Rio, em 1963. O homem de terno cinza ao lado do Boaventura é José Pinheiro Borda, presidente da Comissão de Obras do estádio. O homem alto, atrás dele, que aparece parcialmente, é o sr. Pimentel, pai de Jorge e Luiz Fernando, companheiros de banda. O mór é o Fúlvio Lopes, sinalizando com o bastão de regência. A seu lado está o Achiles, que era o Contra-Mór. Valeu, companheiro. Grande lance em achares as fotos. Boas lembranças, dos tempos das Dores e mais adiante, nossa Unisinos. Grato por tudo. Abraços
Cláudio Brito
PS: Vou contar uma historinha interessante do meu tempo do Colégio. Eu e os amigos e colegas Paulo de Almeida Lima, Luiz Fernando Garcia Monckai, mais os irmãos Regis, Milton e Fernando da Rocha Motta não éramos flor que se cheire, estávamos sempre aprontando alguma, e tínhamos um amigo em comum, Luiz Roth ( o Titi) que queria transferir-se do colégio que ele estudava, para vir para as Dores. Sua tia, que era Diretora do Instituto de Educação foi falar com a Direção do Colégio das Dores para viabilizar a transferência de seu sobrinho. A ser questionada por quais razões o menino queria sua transferência para asDores, ela caiu na asneira de mencionar entre outras elogiosas ao Colégio, que todos os seus amiguinhos (nós) éramos Dorenses. Moral da estória: O Titi nunca consegui a tranferência. Nem com todo o prestígio de sua tia.
Os padres ficaram apavorados em saber que o "grupo" poderia aumentar.


15 de abril de 2008

1963 - 1ª Série Ginasial

REGIS DA ROCHA MOTTA (ENGENHEIRO) MORA NO RIO DE JANEIRO
LUIZ FERNADO GARCIA MONCAY( FORMADO EM ADMINISTRAÇÃO)
DARIO LA PORTA (DONO DE POUSADA NA PRAIA DO ROSA)
APELES CHAGAS PORTO ALEGRE
LUIZ FERNADO NOLL (ENGENHEIRO)
FLAVIO MANSUR (MÉDICO)
ALBUQUERQUE (MÉDICO)
COZENSA
SERGINHO
RAMON (ADVOGADO)
MAURO
REGO
EDSON
ARTHUR ( DEFENSOR PÚBLICO)


Esta foto é uma contribuição do José Franklin Moraes. Bah, Franklin, em 1963 eu tinha DOIS anos ...hehe. Grande contribuição !! Valeu !!

1 de abril de 2008

Festa de 2º Aniversário da comunidade do orkut "Poemas à flor da Pele"

A Stella Vives (stellavives@yahoo.com.br) convida a todos para a Festa de 2º Aniversário da comunidade do orkut "Poemas à flor da Pele", da qual ela é moderadora. A nossa colega será uma poetisa portuguesa, Florbela Espanca, à caráter, no Teatro de Poesia a ser apresentado nesta oportunidade.

Vamos lá, pessoal, é um belíssimo pretexto para um encontro.

Aqui a confirmação da presença
http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=12590356&tid=2582988006099562724&start=1

Grande abraço a todos

Ricardo

25 de fevereiro de 2008

Programação do Centenário do Colégio das Dores

Pessoal, grandes novidades: O João Pancinha mandou, na sexta-feira passada, a programação do centenário do Colégio das Dores:

19/03/2008 - Abetura do centenário do colégio: hora cívica na abertura do turno da manhã e no turno da tarde, com apresentação artística dos alunos;
12 a 16 maio - Semana de La Salle (jogos do centenário)

15 maio - Homenagem especial, com presença de autoridades e missa na própria escola
19 e 20 de junho - Jornada Literária
21 a 23 de julho - Ginacana dorense
16 e 17 de agosto - Encontrão de ex-alunos
12 setembro - Baile do Centenário - Leopoldina Juvenil
20 setembro - Encontro Jovens Lassalistas
02 e 03 outubro - Multifiera Dorense

15 outubro - Consultores da Paz
12 dezembro - Celebração de Natal

Ele também avisa:

"Ainda não sabemos como funcionará o encontrão de ex-alunos: aguardamos sugestões.
Mobilizem-se. "

Quem quiser maiores detalhes, entre em contato com o João:

joaopancinha@cpovo.net

Ricardo

21 de fevereiro de 2008

Rossano Nadal

Alô Alô galera saudosista dorense !!!

Sou o Rossano Nadal, estive entre vcs de 68 até 77 (da 1ª serie do 1° grau à 1ª série do 2° grau) quando fui "convidado" a me retirar do colégio...ehehe
Poxa, fiquei super feliz em encontrar o blog de vcs. Já deu pra matar muitas saudades e dar aquele gostinho de quero mais.
Vivi durante muito tempo no mesmo quarteirão do colégio, ali na Bento Martins e porisso tenho muita coisa enraizada dentro de mim. Desde o colégio em si como os já citados cachorro-quente de cesto na frente da escadaria, o irmão-secretário que transportava alunos na sua Veraneio...aquelas barras lá no fundo do patio onde quebrei meu braço pela primeira vez...rsss...tantos amigos, paixões, professores, lembranças.
Joguei pelo time de basquete do colégio por um bom tempinho...jogava com o Osmar, João Willy, Sergião, Paulinho...dos que lembro. Tudo supervisionado pelo prof. Cascalho.
Tive aulas com a Romilda (1ª serie, que batia com a regua na mão da gente!!!), prof. Armando (2ª série), prof. Humberto (3ª série), Hastimphilo (4ª série),`prof Nédio (5ª serie) e depois misturavam vários como o Walmir (grande garoto!!!) e sua barba, irm. Adelmo, e tbm do irm. Lauro e do irm Marcos (alguem ai lembrou da pantera-cor-de-rosa??..rsss).
Ainda devo ter material interessante na casa da minha mãe e pretendo ir à caça. Talvez fotos, cadernetas e diários (guardados pois devo ter batido recordes de carimbos e chamada dos pais no "gabinete") e atgé acho que tenho aqueles decalques do supermouse tbm.
Ai Pegorini...valeu por tudo. Lembro bem das nossa tardes na esquina da Palmeira com a Protasio, ouvindo Led, Kiss, Sabbath, Purple na tua "cabine de som" no roupeiro..Aliás tu é o grande culpado por ter me inserido no mundo rocker. Até hoje sou viciado e cultivo uma pequena coleção de mais de 12000 titulos...Entre 1981 e 1987 toquei numa banda, que talvez alguns ai conheçam (fala ai Sady, Teddy. Carlão) chamada Leviaethan. Trash Metal puro !!! Gravamos disco, fizemos shows mas infelizmente não conseguimos colocar em pto de premiação do Grammy. Parabens aos que foram mais adiante pelo talento e dedicação.
Após o periodo "rockstar" voltei pra minha faculdade e terminei o curso de Eng. Quimica (o Sady tava lá tbm) na PUCRS. Morei dois anos em Turim na Itália e voltei com uma mão na frente e outra atrás. Recomecei tudo e hoje posso dizer que sou feliz com o que tenho e o que sou.
Confesso que não pude reconhecer tantos nomes e imagens mas devo salientar que lembro bem do Eduardo Pasin, Irapuan Couto, Giuseppe Finco, Marcelo Giraffa...a Nóris que eu achava bonitinha...rssss...da Vania Sperandei...enfim...Tive contatos à pocuo com o Marcus Vinicius Azevedo da Silva (conhecido como Marquinhos, morava no ed. Atlas ali na Riachuelo) e com o Carlos Casagrande Maiocchi (esse morava ali na esquina da Andradas com a João Manoel numa casa antiga que era uma relojoaria).
Espero colaborar em breve e que mantenhamos o contato e a chama viva. Pra todos que quiserem trocar ideias, lembranças ou bullshit, escrevam pra rhnadal@brturbo.com.br

Abração carinhoso à todos

Rossano Nadal

Gilberto Bavaresco

Dia destes o Serjão me passou este blog de ex-alunos do Colégio das Dores .

Gilberto bavaresco - anos 78 e 79 ( segundo grau ) - me lembro de alguns por apelido.....
lessa, filomena, moseul, jesus, eleonora, balei, pancinha............. faz tempo hein...

Um abraço a todos.

Gilberto Bavaresco

12 de dezembro de 2007

Valmir Giacomini

Recebi do querido Valmir Giacomini, que trabalhou na década de 70 no colégio das Dores (quem estudou nesta época não deve ter esquecido o inesquecível "Irmão Valmir") esta gentil mensagem:

"Olá Ricardo
Como vais, tudo bem? e a tua família? Estive no colégio das Dores e fiquei sabendo que os ex alunos dos anos 70 estão se correspondendo, agitando, com encontros e bate papo. Parece que tu e o Sady e outros encabeçam, inclusive por estes dias, uma festa. Beleza, parabéns pela iniciativa e por recordar aqueles tempos em que o Ricardo se divertia estudando. Li os "contatos" e fotos ... muito divertidos. Desejo que continuem. Eu estou muito bem. Estou aposentado e continuo trabalhando no colégio Salesiano Dom Bosco. Estou casado tenho 2 filhos.

Ricardo estou escrevendo p ti, mas queria que tu transmitisses para todos aqueles que foram meus alunos, abração dos áureos tempos.

Boas Festas de final de ano

Prof Valmir Giacomini"